quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

trabalho de portugues

Figuras de sintaxe

Anacoluto:
Ocorre anacoluto quando há interrupção do plano sintático com que se inicia a frase, alterando-lhe a seqüência lógica. A construção do período deixa um ou mais termos - que não apresentam função sintática definida - desprendidos dos demais, geralmente depois de uma pausa sensível.
 exemplo:
: "Essas empregadas de hoje, não se pode confiar nelas.
(Alcântara Machado).


Elipse:
Ocorre elipse quando omitimos um termo ou oração que facilmente podemos identificar ou subentender no contexto. Pode ocorrer na supressão de pronomes, conjunções, preposições ou verbos. É um poderoso recurso de concisão e dinamismo.
exemplo:

"Veio sem pinturas, em vestido leve, sandálias coloridas." (elipse do pronome ela (Ela veio) e da preposição de (de sandálias...).
Anáfora:
Ocorre anáfora quando há repetição intencional de palavras no início de um período, frase ou verso.
Exemplo: 
"Depois o areal extenso... / Depois o oceano de pó... / Depois no horizonte imenso / Desertos... desertos só..." (Castro Alves).


Anástrofe:
Ocorre anástrofe quando há uma simples inversão de palavras vizinhas (determinante/determinado).
Exemplo:
"Tão leve estou (estou tão leve) que nem sombra tenho." (Mário Quintana).


Hipérbato:
Ocorre hipérbato quando há uma inversão completa de membros da frase.
Exemplo:
"Passeiam à tarde, as belas na Avenida. " (As belas passeiam na Avenida à tarde.) (Carlos Drummond de Andrade).

Sínquise:
Ocorre sínquise quando há uma inversão violenta de distantes partes da frase. É um hipérbato exagerado.
Exemplo: 
"A grita se alevanta ao Céu, da gente. " (A grita da gente se alevanta ao Céu ) (Camões).

Polissíndeto:
Ocorre polissíndeto quando há repetição enfática de uma conjunção coordenativa mais vezes do que exige a norma gramatical (geralmente a conjunção e). É um recurso que sugere movimentos ininterruptos ou vertiginosos.
Exemplo:
"Vão chegando as burguesinhas pobres, / e as criadas das burguesinhas ricas / e as mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza." (Manuel Bandeira).

Pleonasmo:
Ocorre pleonasmo quando há repetição da mesma idéia, isto é, redundância de significado.
a) Pleonasmo literário:
É o uso de palavras redundantes para reforçar uma idéia, tanto do ponto de vista semântico quanto do ponto de vista sintático. Usado como um recurso estilístico, enriquece a expressão, dando ênfase à mensagem.
Exemplo:
"Iam vinte anos desde aquele dia / Quando com os olhos eu quis ver de perto / Quando em visão com os da saudade via." (Alberto de Oliveira).
"Morrerás morte vil na mão de um forte." (Gonçalves Dias)
"Ó mar salgado, quando do teu sal / São lágrimas de Portugal" (Fernando Pessoa).

b) Pleonasmo vicioso:
É o desdobramento de idéias que já estavam implícitas em palavras anteriormente expressas. Pleonasmos viciosos devem ser evitados, pois não têm valor de reforço de uma idéia, sendo apenas fruto do descobrimento do sentido real das palavras.
Exemplos:
subir para cima / entrar para dentro / repetir de novo / ouvir com os ouvidos / hemorragia de sangue / monopólio exclusivo / breve alocução / principal protagonista.

trabalho de português


Figuras de pensamento

a) antítese: consiste na aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo sentido.
“Os jardins têm vida e morte.”

b) ironia: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao usual, obtendo-se, com isso, efeito crítico ou humorístico.
“A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças.”
c) eufemismo: consiste em substituir uma expressão por outra menos brusca; em síntese, procura-se suavizar alguma afirmação desagradável.
Ele enriqueceu por meios ilícitos. (em vez de ele roubou)
d) hipérbole: trata-se de exagerar uma idéia com finalidade enfática. Estou morrendo de sede. (em vez de estou com muita sede)
e) prosopopéia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados predicativos que são próprios de seres animados. O jardim olhava as crianças sem dizer nada.

f) gradação ou clímax:
é a apresentação de idéias em progressão ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax)
“Um coração chagado de desejos
Latejando, batendo, restrugindo.”
g) apóstrofe: consiste na interpelação enfática a alguém (ou alguma coisa personificada).

“Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!”

h) Paradoxo: É o encontro de idéias com sentidos opostos. São pensamentos que se contradizem formando um só núcleo de expressão, diferenciando-se desta forma da antítese.

"Amor é fogo que arde sem se ver É ferida que dói e não se sente É um contentamento descontente É dor que desatina sem doer..." (Camões)

trabalho de português

Figuras de Linguagem

Figuras de palavras

a) metáfora: consiste em empregar um termo com significado diferente do habitual, com base numa relação de similaridade entre o sentido próprio e o sentido figurado. A metáfora implica, pois, uma comparação em que o conectivo comparativo fica subentendido.
“Meu pensamento é um rio subterrâneo.”


O Sr. Vivaldo é esperto como uma raposa.
(comparação metafórica)

O Sr. Vivaldo é uma raposa. (metáfora)

A vida é fugaz como chuva de verão.
(comparação metafórica)

A vida é chuva de verão.
(metáfora)


b) metonímia: como a metáfora, consiste numa transposição de significado, ou seja, uma palavra que usualmente significa uma coisa passa a ser usada com outro significado. Todavia, a transposição de significados não é mais feita com base em traços de semelhança, como na metáfora. A metonímia explora sempre alguma relação lógica entre os termos. Observe:

Não tinha teto em que se abrigasse. (teto em lugar de casa)

Conhecemos muitos símbolos que não deixam de ser modalidades da metonímia, como:

a cruz : o cristianismo
a espada: o poder militar
o cetro : o poder monárquico, a autoridade
a coroa: o poder monárquico, a realeza
os chinelos : o ócio, o conforto
a máscara: a falsidade, a dissimulação



c) catacrese: ocorre quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, torna-se outro por empréstimo. Entretanto, devido ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado em sentido figurado.

O pé da mesa estava quebrado.
d) sinestesia: trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. Consiste em aproximar, na mesma expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos dos sentidos. Como na metáfora, trata-se de relacionar elementos de universos diferentes.
Uma melodia azul tomou conta dá sala. Sensação auditiva e Visual.
A sua voz áspera intimidava a platéia.
sensação auditiva tátil.

Senti saudades amargas.
sentimento sensação gustativa.

Esse perfume tem um cheiro doce.
sensação olfativa e gustativa.

 e) Sinédoque: Ocorre sinédoque quando há substituição de um termo por outro, havendo ampliação ou redução do sentido usual da palavra numa relação quantitativa. Encontramos sinédoque nos seguintes casos: